Solidariedade <br>com a Venezuela
Almada foi o local escolhido para assinalar, no dia 19, o Dia Mundial de Solidariedade com a Venezuela, com uma sessão pública promovida pelo CPPC. Durante mais de duas horas, as dezenas de pessoas presentes ouviram atentamente as intervenções do embaixador da República Bolivariana da Venezuela, Lucas Rincón, do representante da CGTP-IN João Barreiros e dos membros do CPPC Luís Carapinha e Gustavo Carneiro.
O mote para a iniciativa, como para o próprio Dia Mundial (que marca, na Venezuela, o início da luta de libertação do país do jugo colonial espanhol), é o repúdio pela ordem executiva do presidente dos EUA que considera a Venezuela uma «ameaça inusual e extraordinária para a segurança nacional e a política externa» dos Estados Unidos e que é acompanhada da aplicação de sanções. Na intervenção do representante do governo bolivariano ficou claro o teor da «ameaça» que o seu país representa: a Venezuela tem imensas e valiosas reservas de petróleo, ouro e água e canaliza a maior parte dos seus recursos para resolver os problemas do seu povo e não, como aconteceu durante praticamente todo o século XX, para encher os bolsos a meia-dúzia de privilegiados.
Lucas Rincón destacou ainda os resultados de 14 anos de governos bolivarianos, dando os exemplos da erradicação do analfabetismo, da redução significativa da pobreza, dos impressionantes avanços registados no direito à saúde, da distribuição de milhões de habitações dignas a famílias que sempre viveram em «favelas» e no aumento considerável dos salários e das pensões. É por essa razão, garantiu, que milhões de venezuelanos apoiam sem reservas o seu processo democrático e progressista (das 20 eleições realizadas nestes anos, as forças bolivarianas venceram 18). O diplomata, como já antes fizera Luís Carapinha, apresentando exemplos concretos, acusou as elites do país e os EUA de estarem a levar a cabo uma «guerra económica» contra a Venezuela, com o objectivo de virar o povo contra o governo bolivariano.
João Barreiros e Gustavo Carneiro reafirmaram as posições da CGTP-IN e do CPPC em relação à defesa da soberania dos estados e do direito dos povos a decidir soberanamente do seu destino, sem ingerência externa.